Há pouco mais de um mês escrevi sobre como foi a reação negativa da minha família quando optei por fazer Direito. Acreditavam que a Advocacia era composta, em sua maioria, por "safados" e por esse motivo eu não poderia integrá-la. Fiquei feliz por dois motivos. O primeiro por atestarem deliberadamente a minha boa índole, e segundo porque naquele momento me foi imposto um desafio. E eu, como boa competidora que sou, comprei a disputa. A razão é bem simples, e vou compartilhar com vocês.
Vamos lá! A expressão "safado" é um adjetivo substantivo que significa "aquele que não tem vergonha de seus atos censuráveis; que é descarado, desavergonhado; cínico; que leva uma vida dissoluta; libertino; devasso; obsceno".
E por falar em qualidade, ilustremos mais uma: corajoso. "É aquele que não tem ou não demonstra ter medo; bravo, destemido, valente; que ou aquele que demonstra firme disposição e energia diante das situações difíceis ou críticas".
Apresento-lhes uma constatação que valerá para os dois substantivos (safado e corajoso). Encontramos pessoas assim em qualquer âmbito da vida, isso não é segredo pra ninguém. Agora, analisando pela ordem prática, vejamos as diferenças iniciais.
O desavergonhado aproveita-se de qualquer situação criada por outra pessoa para que possa tirar proveito. O corajoso cria o momento que demonstrará sua capacidade. O desavergonhado, portanto, terá em tese menos oportunidades de ter algum ganho, enquanto que o corajoso semeará quantas sementes quiser. Isso não implicará êxito em todas, é verdade, mas a matemática é exata. Quanto mais árvores plantadas, mais possibilidades de frutos.
Olhando assim parece fácil, mas nada é. E é essa a 1ª lição do dia. Tudo que fizer, ou se propor a fazer será novo. Você tem um pré julgamento do terreno, mas não sabe exatamente do que ele é feito. Por isso a dúvida, a existência de pelo menos dois caminhos, e apenas um a ser escolhido.
O devasso vai pela sorte de não ser pego. O valente tem a convicção de que precisa saber manejar suas armas. Lição nº 2: Ambos sabem dos riscos, mas apenas um ignora-os. A natureza precisa de um equilíbrio, não falha em gerar oposições. Amor e ódio, vida e morte, paz e guerra, luz e escuro. O bom é que você tem a oportunidade de escolher como agir, e assim pintar a sua imagem para o mundo.
Claro, aquele que compreende a existência dos dois lados da moeda terá facilitação nos atos e resultados porque se protege antes do ataque. E quando é ferido, enxerga logo mil fundamentos para se levantar.
Há vários grupos em todas as classes profissionais: os lentos, os despreparados, os ávidos, os determinados, os desonestos, etc. Em qual você se encaixa? A opção é sua. E sim, essa é a 3ª lição.
Costumo dizer que os recém formados sentem-se perdidos, não sabem como começar, e especialmente sobreviver em uma área tão competitiva. Ora, uma empresa começa pequena e só se torna grande por dois fatores: atitudes acertadas, e paciência porque é preciso esperar os grãos plantados germinarem.
À vista disso, maximize suas potencialidades, não seja cômodo, queira ver novos horizontes. Honestidade vale, e muito, mas apenas acompanhada de alguns ingredientes especiais: preparação e persistência. Do contrário, aceite o checkmate. Você conduz o jogo, você arquiteta as estratégias. Aprecie a partida, mas jamais subestime seu adversário. Exatamente, essa foi a 4ª e última lição.
